Quando ouve uma notícia na rádio sobre um acidente de viação, confesse, não liga por ser banal e por vezes até vai a conduzir e importa saber onde foi. Se produz vítimas o ouvido desperta. A atenção completa é requerida se for sobre alguém ou empresa conhecida. Só o insólito é que o absorve por completo. Lembra-se há alguns anos do acidente com um camião com porcos que se soltaram na autoestrada? Sim!!!!! :o) E do acidente de ontem? ... entalou, já não se lembra :o)
O que estamos a tentar dizer, é que o acidente com o Concordia é um insólito que reapareceu 100 anos depois pela mesma razão, "autoconfiança exacerbada" com uma grande e bem concebida máquina nas mãos. Bastava estar em piloto automático e desaparecia a "fraqueza humana". Uma decisão de expediente é por segundos, uma máquina leva milhares de horas de estudo e construção, daqui surge outra frase feita: "a máquina tem sempre razão." Registe a ideia, vamos ao Titanic.
Sabemos que a Oceanic Steam Navigation Company ou White Star Line of Boston Packets, vulgarmente a White Star do RMS Titanic está embutida na história da respeitada Cunard e não lhe provoca qualquer mazela, antes porém distingue. A White Star teve dois momentos que marcaram a sua história, o Titanic do qual todos conhecem o acidente e a do seu irmão, o Britannic, que foi perdido durante a 1ª Guerra Mundial. Em 1934, o maior rival da White Star teve aquele momento que diz tudo, a Cunard Line decidiu fundir as duas empresas mantendo a identidade da White Star. Reconheceu a importância e a necessidade de preservar a White Star pelo seu valor, pelo lado positivo, sem estigma porque o valor da empresa era incomparavelmente maior que a capacidade dos acidentes em "enegrecer" o seu futuro. Talvez pelo descuido humano num caso e pela guerra noutro. A White Star existiu até bem longe no tempo: 2005. Hoje em dia, com a Cunard integrada na Carnival Corporation & PLC ainda temos referências a bordo dos "Queens" com a designação de "White Star Service" para os serviços de excelência no atendimento a bordo. A fama perdura pela positiva.
Volvidos 100 anos do Titanic, surge o acidente do Concordia. Muito maior, muitos mais passageiros, incomparavelmente menos vítimas. Os ingleses, que amam cruzeiros, foram muito pragmáticos e "quase" diplomatas ao analisar o acidente. Quando a informação assentou, começou a circular uma variante inglesa para "Schettino". Ao ler os comentários de "entendidos" parecia que algo estava errado mas qualquer um prosseguia para perceber o conteúdo e não o pormenor. Quando chegou a hora de verificar os pormenores e o inglês com segundas intenções, a palavra "Shittino" afinal estava muito certa pelo prisma deles. Para os velhos marujos estava tudo claro e não havia perdão, apesar de oficialmente não estar nada confirmado. Para completar esta ideia leia este post interessante (Link)
Agora vamos à Costa. Tem as suas origens em 1854 (quase tão antiga quanto a Cunard de 1840), fundada como empresa de navegação marítima de carga com a vocação para o transporte de azeite e têxteis desde a Sardenha para a Lingúria. Em 1924 os filhos do fundador (Giacomo Costa fu Andrea): Federico, Eugenio e Enrico, que mais tarde deram seus nomes a navios (com os quais muitos portugueses emigraram), tomam conta da empresa. Alargam as actividades comerciais com a aquisição do navio Ravenna, mantendo uma regularidade nas áreas de negócio até 1947. Dois anos depois do fim da guerra e com uma Itália a braços com a emigração para o novo mundo, a Costa dá início ao transporte de passageiros para a América do Sul. O sucesso ditou a conversão integral dos seus navios para o transporte de passageiros em linhas regulares. A Costa tornou-se numa das maiores companhias a operar cruzeiros na Europa.
No ano da transição do século a Costa é adquirida pela Carnival Corporation, sendo uma das 11 marcas independentes da Carnival e representando 16% da facturação do grupo.
A Costa tem responsabilidades acrescidas no grupo pela gestão não só da designada Costa Cruzeiros mas também pela AIDA na Alemanha, que anteriormente era uma subsidiária da P&O Cruises Princess, sendo transferida para Costa após a fusão da Carnival Corporation e a P&O Princess em 2002. A influência da Costa também está presente na gestão da Iberocruceros em Espanha, criada em 2007 como uma joint venture entre a Carnival Corporation e Grupo Orizonia.
A Costa Cruzeiros, propriamente dita, opera atualmente quinze navios de cruzeiro sob bandeira italiana e proporciona férias em cruzeiros no Mediterrâneo, Norte Europeu, Caraíbas, Oceano Índico, Oriente Médio, Sudeste Asiático e América do Sul. A história mais pormenorizada poderá ser vista AQUI (Link).
A Costa não é uma companhia qualquer e acumulou tanta experiência quanto as mais antigas como a Cunard, P&O ou Holland America Line.
Quanto mais sofisticado fôr o navio, com concepções testadas para serem entregues à companhia de cruzeiros e na presença da apertada legislação SOLAS que deve ser respeitada a bordo, menos margem existe para o descuido humano, ainda para mais com a capacidade de registo de tudo o que sucede.
O que pretendemos com a abordagem ao Titanic neste post numa explanação mais alargada até a actualidade é fundamentar um cenário racional e não emocional.
A pergunta final só de quem nunca fez um cruzeiro.
Acha que devo fazer um cruzeiro? Fiquei com receio, o acidente marcou-me.
Responderemos assim: quando estávamos a fazer o artigo da revista sobre os navios que foram cenário para filmes, actualmente em banca, apercebemos-nos que tínhamos o Titanic com um "aniversário" redondo, o Concordia presente, os filmes que só tinham cartazes com explosões apelativas e grandes catástrofes ... :o)
beeeemmmm, o que é isto? A conclusão do aceso debate foi: PODER DE ATRACÇÃO!
Os navios são empáticos, impressionam como máquinas e como luxo, parecem contos de fadas, têm um valor emocional e facial enorme, isto facilita a vida dos contadores de histórias ou na criação de mitos. Um acidente de viação não é suficiente para estremecer as plateias, promover vendas de jornais ou acessos nos blogues (bem o sabemos!). Um acidente com um navio de cruzeiros é ainda mais raro do que aquele que é considerado como o meio de transporte mais fiável do mundo (porque se esquecem dos navios): o avião. Mas fomos mais além no raciocínio, o maior receio com navios é o de marear e não de navegar, o do avião é de viajar nele! Não existe cursos para perder o medo de andar de cruzeiro, em alguns casos até era necessário um curso de "refrear" o entusiasmo a bordo por alguns passageiros mais efusivos, sobretudo ao fim da noite :o)
Não é politicamente correcto mas estamos cá para dizer a verdade e assim ser uma referência. Quem fez mais do que um cruzeiro lastima o caso do Concordia, de coração e transtorna-lhes, andam irritados porque aquilo não poderia suceder numa indústria de excelência, quando lhes passa a emoção esfregam as mãos por observar os preços que aí estão numa indústria que tenta perceber quão longe vai a recessão nos países "clientes" e ainda da reacção ao sucedido com o Concordia. Quem já fez mais de um cruzeiro está louco para fazer outro "em conta" ou fazer mais do que estava programado.
Agora vamos à Costa. Tem as suas origens em 1854 (quase tão antiga quanto a Cunard de 1840), fundada como empresa de navegação marítima de carga com a vocação para o transporte de azeite e têxteis desde a Sardenha para a Lingúria. Em 1924 os filhos do fundador (Giacomo Costa fu Andrea): Federico, Eugenio e Enrico, que mais tarde deram seus nomes a navios (com os quais muitos portugueses emigraram), tomam conta da empresa. Alargam as actividades comerciais com a aquisição do navio Ravenna, mantendo uma regularidade nas áreas de negócio até 1947. Dois anos depois do fim da guerra e com uma Itália a braços com a emigração para o novo mundo, a Costa dá início ao transporte de passageiros para a América do Sul. O sucesso ditou a conversão integral dos seus navios para o transporte de passageiros em linhas regulares. A Costa tornou-se numa das maiores companhias a operar cruzeiros na Europa.
No ano da transição do século a Costa é adquirida pela Carnival Corporation, sendo uma das 11 marcas independentes da Carnival e representando 16% da facturação do grupo.
A Costa tem responsabilidades acrescidas no grupo pela gestão não só da designada Costa Cruzeiros mas também pela AIDA na Alemanha, que anteriormente era uma subsidiária da P&O Cruises Princess, sendo transferida para Costa após a fusão da Carnival Corporation e a P&O Princess em 2002. A influência da Costa também está presente na gestão da Iberocruceros em Espanha, criada em 2007 como uma joint venture entre a Carnival Corporation e Grupo Orizonia.
A Costa Cruzeiros, propriamente dita, opera atualmente quinze navios de cruzeiro sob bandeira italiana e proporciona férias em cruzeiros no Mediterrâneo, Norte Europeu, Caraíbas, Oceano Índico, Oriente Médio, Sudeste Asiático e América do Sul. A história mais pormenorizada poderá ser vista AQUI (Link).
A Costa não é uma companhia qualquer e acumulou tanta experiência quanto as mais antigas como a Cunard, P&O ou Holland America Line.
Quanto mais sofisticado fôr o navio, com concepções testadas para serem entregues à companhia de cruzeiros e na presença da apertada legislação SOLAS que deve ser respeitada a bordo, menos margem existe para o descuido humano, ainda para mais com a capacidade de registo de tudo o que sucede.
O que pretendemos com a abordagem ao Titanic neste post numa explanação mais alargada até a actualidade é fundamentar um cenário racional e não emocional.
A pergunta final só de quem nunca fez um cruzeiro.
Acha que devo fazer um cruzeiro? Fiquei com receio, o acidente marcou-me.
Responderemos assim: quando estávamos a fazer o artigo da revista sobre os navios que foram cenário para filmes, actualmente em banca, apercebemos-nos que tínhamos o Titanic com um "aniversário" redondo, o Concordia presente, os filmes que só tinham cartazes com explosões apelativas e grandes catástrofes ... :o)
beeeemmmm, o que é isto? A conclusão do aceso debate foi: PODER DE ATRACÇÃO!
Os navios são empáticos, impressionam como máquinas e como luxo, parecem contos de fadas, têm um valor emocional e facial enorme, isto facilita a vida dos contadores de histórias ou na criação de mitos. Um acidente de viação não é suficiente para estremecer as plateias, promover vendas de jornais ou acessos nos blogues (bem o sabemos!). Um acidente com um navio de cruzeiros é ainda mais raro do que aquele que é considerado como o meio de transporte mais fiável do mundo (porque se esquecem dos navios): o avião. Mas fomos mais além no raciocínio, o maior receio com navios é o de marear e não de navegar, o do avião é de viajar nele! Não existe cursos para perder o medo de andar de cruzeiro, em alguns casos até era necessário um curso de "refrear" o entusiasmo a bordo por alguns passageiros mais efusivos, sobretudo ao fim da noite :o)
Não é politicamente correcto mas estamos cá para dizer a verdade e assim ser uma referência. Quem fez mais do que um cruzeiro lastima o caso do Concordia, de coração e transtorna-lhes, andam irritados porque aquilo não poderia suceder numa indústria de excelência, quando lhes passa a emoção esfregam as mãos por observar os preços que aí estão numa indústria que tenta perceber quão longe vai a recessão nos países "clientes" e ainda da reacção ao sucedido com o Concordia. Quem já fez mais de um cruzeiro está louco para fazer outro "em conta" ou fazer mais do que estava programado.
Resposta simples a "acha de devo fazer um cruzeiro?":
SIM! AINDA ESTÁ EM CASA?!?
Vá na Costa ... "Grande come il mare" ... eu vou no Costa Serena!
Aspecto dos terminais da Costa em Savona e Barcelona, os "Palacrociere":
Aspecto dos terminais da Costa em Savona e Barcelona, os "Palacrociere":
Passe um sabonete Titanic nesse receio, observe com racionalidade, nunca foi tão barato experimentar um cruzeiro de excelência, ocorreu um insólito não um acidente:
Gostei da explicação porque foram sinceros. Não tinha receio e estou para fazer um cruzeiro em Abril. Um cruzeiro é uma excelente forma de férias que desaparecendo a crise vai rivalizar em percentagem com as férias normais de voo e hotel com um destino fixo.
ResponderEliminarGostei de ler porque não estava à espera desta abordagem. Moral da história, o humano está sempre a somar experiência que toma em consideração ao construir navios mas o erro humano é uma nódoa difícil de sacar.
Sandro, Cascais
Muito bom. É preciso esclarecer as pessoas, vou enviar este link aos meus amigos porque estava numa fase de convencer a fazerem umas férias num cruzeiro quando aconteceu o caso do Concordia.
ResponderEliminarJuan Mata
Olá Sandro e Olá Juan
ResponderEliminarCom convicção se ultrapassa o melindroso.
O benefício é incomparavelmente maior que a pequena nódoa. Aproveitem para fazer cruzeiros, boa altura!
Abraço da Cruzeiros